segunda-feira, 27 de setembro de 2010

RECOMENDO - quadros de Tiago Costa

Olá Pessoal, td bem?
Já faz um tempo que não apresento novas produções aqui no Blog, atualmente estou fazendo um curso de Animação Clássica (Fantastique) na Melies -Escola de Cinema, 3D e Animação e está bem corrido, mas quero dizer que a produção está em alta.
As obras acima fazem parte de uma série de quadros que estou produzindo chamada:"Pássaros".

se vc tem interesse em adquirir uma dessas obras, envie um e-mail para:
ilustraeprop@hotmail.com

Neste e-mail poderei dar mais informações sobre, valores, dimensões, técnica etc.

Obs: Foi feita apenas uma peça exclusiva de cada obra, por isso corra e adquira já a sua.


Muito Obrigado.


Grande Abraço a Todos.


Até Breve.



Tiago Costa

FLORES NO JARDIM – A GRANDE HARMONIA

05:00h do sábado de 11 de setembro de 2010 a

05:23h de 5ª feira de 27 de setembro de 2010.


Na parte final do período de criação ouvi em duas versões

Adágio para Cordas em Sol Menor, de Albinoni.


Ofereço como presente de aniversário

a Keli Del Pozzo, ao músico Luis Tolonei e ao Rodrigo Quintino.


Reconcilia-te com todas as coisas do céu e da terra. Quando todo o Universo se tornar teu amigo, coisa alguma do Universo poderá causar-te dano. Reconciliar-se com todas as coisas do Universo significa agradecer a todas as coisas do Universo. A reconciliação verdadeira será consolidada quando houver recíproco agradecer. Se queres chamar-Me, reconcilia-te com todas as coisas do céu e da terra e chama por Mim. Porque sou Amor, ao te reconciliares com todas as coisas do céu e da terra, aí, então, Me revelarei. Reflexiona e reconcilia-te”.

(Trechos da Revelação Divina da Grande Harmonia – Seicho-No-Ie)


O Sol ainda nem surgiu, claro. Como vemos acima estamos entre cinco e cinco e meia. Mas o dia promete. Todo dia 25 de setembro é sempre, no mínimo, bonito. Acho que é um presente que recebo dos Céus... Penso que Keli concorda comigo e que Luís e Rodrigo acreditam que seja dia 30 de setembro ou 1º de outubro. Quem sabe?

Sentado ou talvez mais corretamente dizendo escorado num muro um vulto no escuro da madrugada que se prepara para ir embora. Sobre sua cabeça a palavra “maciço”, a sua frente uma pequena e mirrada árvore, dessas que mesmo adultas têm o tronco quebradiço, florzinhas branco-arroxeadas, com três galhos que surgem quase na raiz, logo acima do solo. O que será ele? Talvez um exemplar masculino ou então um exemplar feminino. Não dá para saber. Talvez nem seja uma pessoa exemplar. Ou sim. Olho meio disfarçadamente, para não constranger, por quase um minuto, pensando se daria alguma estória... Então prossigo em meu passeio matinal com meus cachorrinhos como volta e mexe falo aqui no aRTISTA e aRTEIRO.

Então um rapaz desconhecido e que não tinha visto até agora me diz “Bom dia, irmão”!

- Ah! Bom dia! – Respondo sorrindo.

- Como está passando?

- Bem! Obrigado! E você, como vai?

- Não posso dizer que estou saltando foguetes – pausa. Enquanto isso penso “Ainda bem! Foguetes fazem muito barulho. São muito chatos e incomodam todo mundo” e ele continua – mas também não tenho motivos para nenhuma cerimônia fúnebre.

- Ainda bem, né.

- Pois é. – Pausa – Vão-se os dedos, mas ficam os anéis.

Começo a dizer, em voz baixa, meio indeciso se devo calar ou falar “Não seria o contrário?”, mas ele talvez ouvindo, mas acho que não, continua

- Quero dizer, vão-se os anéis...

A conversa não é desinteressante, principalmente porque gosto de situações assim, que dão estórias curiosas, mas estou meio querendo ficar a sós com meus pensamentos e com meus cachorros. Chegamos ao entroncamento que me permite ir para minha casa

- ... mas ficam-se os dedos. – Diz aumentando a voz enquanto nos afastamos.

De volta vejo a mesma figura do início de nossa conversa, aquela no segundo parágrafo, no mesmo lugar fazendo a mesma coisa (o mesmo nada de antes) e sobre a sua cabeça a palavra “maciço” e à sua frente a arvorezinha que promete flores branco-arroxeadas.. Dobro a esquina e vou para casa.

Nos últimos momentos do escuro da madrugada alimento o corpo e com os primeiros raios do sol alimento a alma. Então com a manhã saio e ainda com ela volto. Minha mãe me diz

- Alguém telefonou para você. Pela voz era mulher. Acho que jovem.

- Quem era? Deixou recado?

Segundo minha mãe, não se identificou. Foi assim:

- Oi! O Rubem está?

- Não! Ele não se encontra no momento.

- Você poderia dar um recado?

- Sim, claro! Você é quem?

- Ah! Não precisa dizer meu nome não. Só queria dizer que acho as roupas dele feias e que não gosto do jeito que se veste.

- Ah! Obrigada! Então vou desligar. Com licença, adeus.

Depois da cena engraçada acima coisas mais alegres me aconteceram. Mas antes, permita-me esclarecer uma coisa. Alguns perguntam quando peço para não divulgarem meu aniversário se não gosto ser parabenizado. Mas é claro que gosto, só que acho que, exceções à parte, quem se importa se lembra e forçar os demais a me dar o parabéns é constrangedor ou no mínimo inconveniente. Eu gosto que lembrem, parabenizem-me, dêem presentes (Uarrarrá!) ou cartões e, muito importante para mim, orem por minha bem-aventurança. Mas partamos para exemplos de coisas felizes: Eddy e eu, sob a noite de meu aniversário, comemos queijo e tomamos uma garrafa de “suco de uva” de R$22,00 sobre o laguinho no Pq. Ipanema; no dia seguinte eu e minha família saboreamos bacalhoada e salada de frutas em minha casa; Selma Barros deu-me presentes e, o que mais gosto, um cartão; outros me deram presentes; muitos se lembraram e me parabenizaram; Nena de Castro comentou sobre meu aniversário no rodapé de sua coluna semanal no jornal Diário do Aço e me disse num desses dias que acontece o nosso bate-papo algo que transformo em versos e ofereço a todos os aniversariantes.

No meu jardim íntimo

Belo espaço você mora

Bem ensolarado

Entr’escumilha florida

E o grã limoeiro

Basto, florido e frutido

A gente conversa

E lê enquanto a Cam corre.

Flores no jardim.


Para quem não sabe, Cam é o nome da minha cadelinha

que retornou ao mundo espiritual alguns meses atrás.

Mas comigo continuam Haicai, Decidido e Vitório.

São muitas alegrias. Deus, muitíssimo obrigado!

sábado, 18 de setembro de 2010

TUM ... TUM

18 de setembro de 2010.

Ofereço como presente de aniversário aos queridos

Marisa Alija, Maraiana Sanches, Clênio Magalhães e Antônio Ademir da Silva.


Tum. – Tum. – Tum. – Tum. – Tum. – Tum. – Tum. – Tum. – Tum. – Tum.

Estávamos, minha mãe e eu, no estacionamento do hipermercado e enquanto falávamos e escutava a espaços regulares o som “tum” que foi se ampliando de volume ou melhor, foi se aproximando. A compra já foi feita e agora só no próximo mês. Na automática curiosidade olhei e vi um homem batendo com uma lata na cabeça de um menino de uns treze anos enquanto iam embora. O garoto não reagia. Simplesmente andava de cabeça erguida, o que, a meu ver, facilitava o ataque. E o homem, mais ou menos da minha idade, quarenta e dois, nada falava. Só batia.

Vi os dois se aproximando. Vimos os dois passando por nós. Vimos os dois se afastando e sempre com o “tum ... tum”. Eu imóvel olho a cena. Boquiabertos os vemos se afastar. Para que se envolver? Quantas vezes já vi na fila do caixa rápido um e outro abrir um bombom e o comer deixando o papel na prateleira. Ou tomar um iogurte enquanto faz a compra e deixar a embalagem numa gôndola qualquer. Afinal por que não fazer? Para que se envolver? Somos uma nação cristã.

Mas eu não sou cristão. Tenho muito amor a Cristo para ser um.

- Ei! Ei!

E os dois andam com o “tum”.

- Ei homem!

Eles finalmente param. O homem olha para mim. O garoto só olha para frente.

- O que você quer?

- Para com isso.

- Cuida da sua vida.

- Cuido mesmo. Pode parar agora, por favor.

- Ah! Vai te catar. – E voltam a andar.

- POLÍCIA. POLÍCIA. POLÍCIA. POLÍCIA. POLÍCIA. POLÍCIA.

E o garoto só olha para frente.

Finalmente a polícia chega. Se inteira da confusão. Cuida dos dois e volto para casa trêmulo de nervoso. Ambos, minha mãe e eu, assustados.

Compra do mês seguinte.

Após a compra paramos na lanchonete elegante do hipermercado. Sentados tomamos um refrigerante e comemos algo.

- Com licença!

Olhamos. É o homem. Começo a me sentir nervoso. Raiva e acuado.

- Escutei o nome da senhora. – Fala para minha mãe e continua – E me lembrei dos dois. – Olho desconfortável. Parte por receio e parte maior pelo atrevimento do sujeito. Ele conclui – Quando era adolescente meu pai me batia muito e nos deixava com fome por um ou dois dias. Uma tarde, após três dias sem comer a senhora me deu comida. Nunca comi tanto quanto naquele dia. Nunca me senti tão grato quanto naquele dia. Por isso fiquei calado... e não vou fazer nada. Adeus.

Diz e se afasta. E eu não soube o que dizer, nem sequer falar. Então me calo.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

ENARTCI – EMERGÊNCIA

AS PARTES DO TODO e CONVERSA PÚBLICA

Texto Rubem Leite

Imagem arquivo Híbridus.

ENARTCi 2010 aconteceu entre os dias 04 a 07 de setembro.

8º encontro de dança contemporânea de Ipatinga MG.

Dança + performance + conversa.

Promovido pelo Híbridus Dança.

Ofereço como presente aos aniversariantes Bruno Faccini, Cláudio Miranda, Wenderson Godoi.


Troco meus cabelos por pão.

Cabeça mal raspada gemendo na areia seca ao som de águas que não chegam

Promessas

Promessas não cumpridas

Um corpo solitário se move em círculos na ilha de areia

Areia seca

Penas compridas

E os corpos incontáveis amontoados dentro de um só corpo

Prisão

Prisão de vários

A prisão, a falta de liberdade é uma loucura

A luz circunda, mas é fora,

Alumia, mas não é própria

Não pertence

E mesmo essa luz esvanece

E se vai

Deixando todos os corpos imóveis em um.

A artista da dança Patrícia Cruz, de Recife PE, criou com Daniela Santos (RJ\RJ) um trabalho solo representando as emoções sentidas na Casa da Cultura, que já foi Casa de Detenção. Daniel Silva trabalhou como músico e Black Escobar dirigiu. Patrícia e Daniela não procuraram explicar ou mostrar os acontecidos e sim as “sensações”. Então acima minhas sensações e emoções durante o espetáculo “As Partes do Todo”.

Já na conversa

O espaço público é de todos, mas não é privado. Portanto, uma vez que invadimos um lugar que já é normalmente ocupado e os artistas quase dizem, ou melhor, quase gritam “Ei! Olhe-nos aqui!” surge a pergunta: um trabalho na rua é autoritário? Alguém tem a resposta para tal indagação? Não precisa ser uma resposta definitiva. Pode ser a sua resposta. A que você tem hoje. Meu email, para quem quiser compartilhar comigo a resposta, se encontra logo abaixo.

O Híbridus publicou também o “II Caderno ENARTCi – Emergência”. Uma publicação luxuosa, instrutiva e, melhor, saborosa de se ler. Com textos de diversos artistas e agente culturais. O referido caderno é fruto do ENARTCi do ano passado e foi organizado por Cláudio Letro e Wenderson Godoi. Um dos muitos trechos que me encantaram foi “... a construção de novos saberes por intermédio das artes, especialmente as do corpo”. Deixo para você, que me lê, a interpretação da fala do Godoi e se não for pedir muito que, por gentileza, compartilhe comigo a sua análise ou o seu entendimento.

O meu email é arterubemleite@gmail.com