segunda-feira, 26 de maio de 2014

CAVALO DE XADREZ

Obax nafisa.


- Eu quer...
- Me veja um café équispresso pequeno, por favor. Eu vou estar na última mesa.
Sai, anda reto para frente e as mesas é quem têm que desviar dele, olha para direita e para a esquerda com sua cabeça erguida e olhar de baixo para cima, caminha reto pela direita, olha para o balcão com seu olhar de baixo para cima, indica para a funcionária onde vai sentar e ocupa o lugar escolhido.
- Bem, eu quero um cappuccino de canela, por favor.
A garota passa os dois pedidos para a cozinha e enquanto preparam o meu leva o do rapaz. No tempo em que espero, chegam Beto de Faria e Joel Pizzini discutindo o 10º Cine Documenta. O primeiro é produtor cultural, o outro é diretor de cinema e eu intrometo no assunto. E enquanto conversamos saboreamos nossas bebidas. Rosana Mont’Alverne, contadora de histórias e escritora, mais sua filha, Juliana Mont’Alverne Flores, ambas da editora Aletria, pedem algo no balcão e me aproximo para um bate-papo.
- Trouxemos para você, Benito.
Abro o livro Através da Vidraça da Escola, de Ilan Brenman. O livro é uma beleza na aparência e no conteúdo. “Eu acho que o saber é uma coisa muito ótima. Eu sinto muito que sou um cego da vista limpa. Eu estimava que os meus filhos enxergassem a mais do que eu”. Em uma página ao acaso leio o que falou um homem sobre o processo de leitura. Agradeço com sorriso nos olhos e lábios.
- Falta a dedicatória...
- É a primeira vez que a Editora faz uma dedicatória.
Sorrimos. Quatro pessoas agradáveis para um bater papo. Volto à minha xícara e livros, e, diante deles, o sujeito. Peço-lhe:
- Com licença, pode chegar um pouquinho para lá?
Olha-me de baixo para cima e eu a ele de cima para baixo. Dá um passo à esquerda e ocupo meu lugar. Pego a xícara, dou um gole, digo meu nome e pergunto o dele exalando suave simpatia. Sincera, quem sabe não fazemos amizade?
Olha-me com seu olhar e
- “Phillip com ph”. – Diz com voz de “lorde inglês”.
- Ah! – Sorrio para não rir. – Gosta de ler?
- Muito! E o senhorr?
- Eu também leio bastante.
- Gostaria de ler mais, mas meus anos finais de doutorando na Holaanda me consomem muito tempo.
- Ah, na Europa. Eu sou encantado com os livros.
- Mas com certeza o senhor não trabalha tanto quanto eu.
Encaro-lhe curioso e me divirto com a sua presunção.
- Espero que não. Imagine a cena, por favor. – Ele fecha os olhos. – Eu sou uma árvore no meio da Mata Atlântica...
- Qual árvore?
- Um ipê amarelo. Sou um grande ipê carregado de flores no meio da Mata Atlântica. A preguiça está montada.
Olha-me com olhos arregalados e os franze em seguida enquanto só rio no último dia do oitavo Salão do Livro do Vale do Aço.
- O senhor não trabalha?
- Trabalho!
Phillip com ph vira seu corpo para mim, levanta um dedo e
- Benito! Que bom encontrá-lo.
- Oi, Beatriz. – Beatriz Myrrha é excelente contadora de histórias, escritora e pessoa.
- Já deu alguma olhada no Pomar Brasileirinho?
- “Tapete vermelho \ Estende-se no verde \ Chegada do amor”.


Ofereço como presente de aniversario a:
El Junior Macias, Katia G. Paula, Rosa Kanesaki, Ivone M. Andrade e Aniyan C. Abraham.
E aos agentes culturais aniversariantes:
Fernando Campos e Claitom Luz.

Convido a conhecer o livro URDUME é um ebook de poesias para exorcizar lamentos de amor, raiva e dor exacerbada através de sentimentos apurados e de um posicionamento significativo no mundo.
Obra bilíngüe (português e espanhol) de Rubem Leite; publicada pela editora CÍRCULO DAS ARTES. Ilustração de Bruno Grossi. Revisão de Cida Pinho e Lilian Ferreira.

Leiam o texto “Castelo”, de Caio Riter; “Fôlego”, de Thiago Domingues e o “Taxista que era filho de uma quenga”, de Marcelo Garbine Mingau Ácido. Nos endereços

BRENMAN, Ilan. Através do Pomar da Escola: Formando novos leitores. 2ª ed. – Belo Horizonte: Aletria, 2012.
MYRRHA, Beatriz. Pomar Brasileirinho. Belo Horizonte: Fino Traço, 2013. Haicai Cupuaçueiro.

Em banto, obax nafisa significam flores e pedras preciosas. O texto é minhas flores para você e faço votos de que encontre nele pedras preciosas.


Escrito entre os dias 19 e 26 de maio de 2014.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Para Marquim de Faria

Para que seu ano novo seja:

Pé de boldo à aurora
Se maquia com o sol
Do verde ao vermelho amora.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

BITCH SHIT

Obax nafisa.


À mesa da barraca do Marcelo, no FeirArte, os amigos Sargento Garcia, Rodolfo, Mingau e Wagney. Os oitis ouvem as músicas e escutam as conversas enquanto saboreiam sol e vento. E eu? Eu só observo junto com oitis e damas da noite.
- Nós, brasileiros, ouvimos nos últimos tempos muita coisa sobre Comissão da Verdade, desmilitarização, black blocks, manifestações, excessos!
- Mas será que um dia existirá de verdade uma comissão da Verdade para pessoas que estão morrendo nas UPA’s...
- Que é UPA?
- É Unidade de Pronto Atendimento. Como dizia Wagney e eu completo, será que existirão realmente Comissão da Verdade pelas repetições de bandidos confessos nas eleições? Será que nos tempos futuros os políticos poderão proclamar que criaram coisas úteis para o Brasil?
- Será que virão outros tempos?
- No tempo dos militares não havia corrupção. É um papo furado esse que Militar é tudo escória. Que os policiais, civis ou militares, são grossos e assassinos de humildes. Só porque um fez algo errado todos são maus... Quando alguém na empresa onde vocês trabalham comete erro ninguém presta? Eim? Eim? Eim?
- É! Que importa a morte de um só, né? – É impressão minha ou era uma vaporosa ironia? Uarrá!
- É! Verdade, Rodolfo! Meus amigos, não se deixem levar pelas ondas de ilusão criadas pela mídia.
- Afinal, só porque ela tem poder de persuasão não se deve acreditar em tudo que ouvem. Mesmo que algumas sejam verdadeiras... Nem tudo é real.
- Sim, sim, Mingau, falou bem. Marcelo, mais cervejas para nós. Pessoal, nada de achar e proclamar que tá tudo perdido.
- É! Tamo num tempo muito tá tudo...
- Rerrê. “Ta tudo é ótimo!” É isso aí, Wagney! Não acredito que tudo esteja perdido desde que a gente resolva mudar. É preciso acreditar em pessoas diferentes e com atitudes diferentes.
- Sim. O que tem de errado em tatuagem, protestar contra os desmandos políticos, namorar alguém do mesmo sex...
- Bandido não! Esses três que você falou, Rodolfo, não possuem atitudes diferentes. São apenas marginais. Nem devemos protestar na Copa. Se é para fazer merda que seja em outubro.
- Ah! – Diz Mingau. – Acho que não devemos votar em alguém só porque a gente conhece ou diz que fez algo por nós. Provavelmente é por culpa dele que a coisa está desgovernada.
- Sargento Garcia, você tem meu perdão. Os Militares são realmente patriotas. Fizeram o que tinham que fazer pelo bem do Brasil. Viva a Ditadura! É preciso crer: Militar no Poder, o Brasil volta a crescer.
Oriundo de um passarinho na dama da noite que sombreia a mesa respinga algo na mesa entre Wagney e o milico a paisana.
- Como vaticinou o grande Rui Barbosa “Cada povo tem o Governo que merece”. Todo mundo fica falando mal das ações dos PM’s, mas somos nós que não permitimos o povinho deixar de trabalhar para falar asneira e reclamar da vida. É preciso ver apenas o lado bom das coisas. E os políticos mensaleiros? Com a gente no poder não vamos permitir o povo votar errado. Se é para votar que seja em quem dizemos que pode governar. Militar no Poder, o Brasil volta a crescer.
- É! Afinal, brasileiro não deve acreditar que poderá consertar a nação indo para as ruas manifestar. – Observo-lhe os olhos franzos.
- Disse tudo, Rodolfo. E que venha a Copa!
- E que venha a Copa! – Repete Mingau e continua: A pátria será saqueada pela bilionária empresa futebolística, os políticos corruptos continuarão no Poder e a população? Vai sorrir e manter o carnaval e o futebol.
- E aí, cambada!
- Benito! Senta aqui conosco.
- Só um pouquinho porque estou indo pro Salão do Livro. Tá bão de mais da conta, sô. Do que estão falando?
Resumem. E os pássaros não cantam de tanto calor e dormem nas árvores que nos abrigam.
- Rui Barbosa disse e é verdade! E Martin Luther King falou e disse “É nosso dever moral, e obrigação, desobedecer a uma lei injusta”. Ainda bem que ele e outros pensam assim, se não a segregação racial ainda estaria em vigor. Ainda bem que nós, brasileiros, protestamos; se não continuaríamos sobre a ditadura. O problema não é protestar, e sim termos que protestar.
- Ai, Benito! Lição de moral?
- O triste é termos que bradar, Garcia. E Tiradentes disse “Se todos quiséssemos, faríamos do Brasil uma grande nação”. E ele foi um dos que insurgiram. E mesmo assim os milicos se aproveitaram dele e o tornou patrono... Deve está remoendo nas catacumbas...
- Lição de moral, Benito? O Rubem diz tanto que detesta isso em literatura...
- Que lição de moral o quê. É putice com a vida mesmo.
- Eu não tô gostando de seu assunto.
- Não, Garcia?! Por quê... Mas tem outra coisa que me enerva também. A corrupção e incompetência que rola, desenrola e nos enrola nas comissões, passadas e presente, que analisam projetos culturais para Lei Municipal de (des)Incentivo à Cultura de Ipatinga. Na Secretaria de Cultura também. Cada projeto aprovado que ninguém merece e cada projeto recusado que Deus me livre e guarde.
- E corre a boca pequena que certo membro já afamado pela “bandidagem” está relacionado com cinco ou sete projetos aprovados...
À mesa no FeirArte, os amigos mais os oitis ouvem as músicas e escutam as conversas enquanto saboreiam sol e vento. E eu? Eu, junto com oitis e damas da noite, só observo.


Ofereço como presente de aniversario a:
Marcos T. Faria, Carlos Alberto, Roseny A.M. Souza, Marcelo Ferreira, Guebel Stevanovich, Deivid Paula, Sinésio Bina, Renato Gonçalves, Felipe Boanerges, Vinicius Cabral e Márcio F. Amorim.
E aos agentes culturais aniversariantes:
Rosângela F. Sulidade, Léo Coessens, Beto de Faria, Tiago Costa, Geraldo Valentim e Adê Araújo.

Convido a conhecer o livro URDUME é um ebook de poesias para exorcizar lamentos de amor, raiva e dor exacerbada através de sentimentos apurados e de um posicionamento significativo no mundo.
Obra bilíngüe (português e espanhol) de Rubem Leite; publicada pela editora CÍRCULO DAS ARTES. Ilustração de Bruno Grossi. Revisão de Cida Pinho e Lilian Ferreira.

Leiam o texto “Não, desta vez não vou escrever”, de Otávio Silva e “O Homem de Terno”, de Bispo Filho. Nos endereços

Veja ainda textos que me inspiraram na criação do meu cronto:

Em banto, obax nafisa significam flores e pedras preciosas. O texto é minhas flores para você e faço votos de que encontre nele pedras preciosas.


Escrito entre os dias 04 de fevereiro e 19 de maio de 2014.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

HAJA PACIÊNCIA QUE AJA

Obax anafisa.


A madrugada promove o encontro da última escuridão com a primeira luz. E é assim que vejo imensas copas verdes adornadas com pequenas flores vermelhas, laranjas e amarelas.
- Hômi ruim aquele segurança. Perguntô que pobrema tenho pra querê mudá minha senha para especial. E num mi deu. Recusô.
- A senhora quer passar na minha frente, mesmo tendo chegado bem depois. E quer me dizer que a senhora não é ruim?
- Nossa situação é diferente...
- Conhece-me para poder dizer isso? – Articulo e volto para meus livros.
“Homem não tá querendo mulher fraquinha, não. Homem tá querendo mulher com condição” faz gesto simbolizando dinheiro. “Bastava baixar minha ficha”. “Retiveram por trinta dias. Trinta dias. Pra que precisavam de tanto tempo? Para nada”.
Entre tais e outras conversas entrecortadas saio da Câmara Municipal de Ipatinga e vou para o Pronto Socorro Municipal. Algo pertinho. Uma hora de ônibus errado. Desses que trocador não sabe nem o itinerário... Quarenta, de ônibus certo, que para na porta. Fora o tempo de espera no ponto.
Pronto Socorro. Serviço de Atendimento à Família, Diagnóstico e Ambulatório: SAFADA. Multidão sentada. Esperando, esperando e à espera.
Após marcar a consulta já agendada na Prefeitura vou, depois de mais alguns dias, ao Hospital Municipal dizer que cheguei. Dito, vou à portaria ao lado, não tão ao lado.
Primeira visão: “Art. 331 do Código Penal Brasileiro. Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela: pena de detenção de seis meses a dois anos, ou multa”.
Espero o exercício da função. Dez minutos. Trinta, quarenta e cinco minutos e ainda há esperança, mas haja paciência. Melhor olhar ao redor. Quem sabe passa o tempo.
É fascinante olhar para as portas enferrujadas, quebradas, sujas, paredes e teto imundos, desbotados, descascando, com reboco à mostra, pó de cimento, fios e tubos de borracha com imensos pedaços de fita isolante à mostra, e teias de aranha. É fascinante, aos sessenta minutos, uma funcionária dizer: “O dotô ainda tá em Belo Horizonte e só agora avisô que é pra remarcá proto dia porque num deu pra vim antes”. Aja, paciência.
Na meia parede bloqueando a visão do interior dos banheiros um copo descartável com um líquido preto. Ir um dia, voltar no outro e retornar uma terceira vez e ver o mesmo copo no mesmo lugar. É fascinante.

Ai que vontade de não ser poeta
E ser pedra em um jardim
Ai que vontade de ser poeta
E ter alma cheirando a jasmim
Ai que vontade de ser poeta pateta
Mas não sou pedra e sou flor carmim



Ofereço como presente de aniversario a:
Camila Rodrigues, Janete Reis, Valdir do Carmo, Marilene Vitor, Elisângela Guilherme e Joneisson Araujo.
E aos agentes culturais aniversariantes:
Carla Alves e Robinson A. Pimenta.

URDUME é um ebook de poesias para exorcizar lamentos de amor, raiva e dor exacerbada através de sentimentos apurados e de um posicionamento significativo no mundo.
Obra bilíngüe (português e espanhol) de Rubem Leite; publicada pela editora CÍRCULO DAS ARTES. Ilustração de Bruno Grossi. Revisão de Cida Pinho e Lilian Ferreira.

Escrito entre os dias 03 de fevereiro e 12 de maio de 2014.

Leiam o texto Nos recusamos ao silêncio absoluto, de Thiago Domingues. No endereço


Em banto, obax anafisa significam flores e pedras preciosas. O texto é minhas flores para você e faço votos de que encontre nele pedras preciosas.

segunda-feira, 5 de maio de 2014

JABUTICABA COM GOIABA

Obax anafisa.


As roseiras em um jardim estão carregadas e seu perfume agrada minhas narinas. Imagino um corpo bem feito debaixo do uniforme. Rosto bonito, olhos escuros, lábios buscadores de parceiros. Vimo-nos e seguimos nossos caminhos contrários, olhamos para trás, revimo-nos e trocamos um sorriso por uma piscadela.
Quinta-feira se foi, sexta também. Mas foi em um final de manhã de um domingo da primeira quinzena de abril do ano dois mil e quatorze da graça de Nosso Senhor que li “Nesse mundo pornograficamente assexuado em que o homem se encontra com o homem e entende que se ele não pode ser o outro, ele está absolutamente só e só lhe resta chorar. E desse choro nasce a Felicidade. A Felicidade de poder cantar e dançar com o outro que lhe completa o passo, que lhe rebate a luz, que lhe introduz nos Mistérios, que lhe permite entender que ele só é ele com o outro, com o além dele, com o todo”. É do livro Comício de Tudo, de Chacal. Também ouvi pela primeira vez o músico Felipe Casnun, comprei jiló com bacon e se passou a maior parte dessa história e outras.
Com o petisco a meio caminho da boca, uma bem leve pausa na leitura e com o ouvido na música, um sorriso me chamou uma piscadela. Invertemos nossa despedida pelo cumprimento de hoje.
- Tá ocupada a mesa?
- Não para você.
- Que tá bebendo?
- “Jabuticaba”.
- Rosa assim? Tenho gosto de jabuticaba, mas minha cor é escura...
- Sou gostoso feito jabuticaba com goiaba.
- Huuum! Nunca experimentei até hoje.
- Quer? Agora?
- Quero, mas depois. Vamos conversar mais e beber um pouco.
Sua piscadela me chamou um sorriso. Reinvertemos nossos cumprimentos.
- Marcelo! – Pede ao dono da barraca no Feirate – Quero uma dama da noite para iniciar o dia.
As roseiras em um jardim estavam carregadas e seu perfume agradou minhas narinas.


Ofereço como presente de aniversario a:
Juliano Fernandes, Tatiane Pereira, Ju Ferraz, Luan Luna, Newton Leite, Flávio Cezar, Mariana Almeida, Rejane Balmant e Nancy N. Maestri.
E aos agentes culturais aniversariantes:
Diogo Henrique e Diego Martins.
Dia 04 de maio seria aniversário de Darci di Mônaco, importante agente cultural de Ipatinga.

Felipe Casnun – Rock, MPB & Samba – 31-8811-9606 – casnunfelipe@gmail.com

Leiam os textos Grafitrovar, de Ricardo Evangelista; Um Dia de Morte, de Mailson Furtado; Quem Espera, de Thiago Domingues.
 Respectivamente nos endereços:

CHACAL. Comício de Tudo – poesia e prosa. São Paulo: editora Brasiliense Ltda, 1986. Let’s Play That.

Em banto, obax anafisa significam flores e pedras preciosas. O texto é minhas flores para você e faço votos de que encontre nele pedras preciosas.


Escrito entre 09 de abril e 05 de maio de 2014.