segunda-feira, 26 de outubro de 2015

NATUREZA POEMA

Potira itapitanga.


Em português

lua
convencida
brilha
noturna
reluz
diurna

Sinta o alento
Arvorear-se
Borboletar-se
Dance com o vento.

Amanhecer com sede
Sangue jorrar
Sem lacrimejar
Esmagar barata na parede.
Eita! Como sou malévolo.


En español

Amanecer con sed
Sangre chorrear
Sin lágrima a borbotar
Machacar cucaracha en la pared.
¡Caray, como soy malo!

Sienta el aliento
Arborecerse
Mariposearse
Baile con el viento.

luna
presumida
brilla
nocturna
refleja
diurna



Ofereço como presente de aniversário
Diane Mazzoni, Eremita G. Fernandes, Nena de Castro, Marcello E. Rodrigues, Roberci F. Sá e Urbano P. Souza.

Recomendo a leitura de A Grama do Vizinho é Mais Sequinha, de William Delarte; Reencontro, de Karine Faria; e Mosca Morta, de Pedro du Bois, em
http://williandelarte.blogspot.com.br/2015/10/a-grama-do-vizinho-e-mais-sequinha.html
http://www.lapoesia.com.br/2015/10/reencontro.html
http://pedrodubois.blogspot.com.br/2015/10/mosca-morta.html

Potira itapitanga são duas palavras que vem do tupi e significam “flor” e “pedra vermelha” (rubi). É meu desejo que cada leitor encontre em meus textos flores e pedras preciosas.


Escrito entre 10 de março e 26 de outubro de 2015.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

MARIPOSA FLOR

Potira itapitanga.

Em português

Caminhava sem rumo com o sol em minhas costas e a sombra à minha frente. Espaçadamente uma goiabeira ou outra em flor. É interessante a flor de goiaba; branca, simples, bela, forte e...
- O que está fazendo em minhas terras se não o conheço e não foi convidado?
- Quem é o senhor?
- Sou o Conde da Cruz Sangrenta de Jesus. O senhor supremo...
“Acho que parece mais com Dom Quixote” – Pensou, mas disse: O senhor chegou na hora certa. Estou perdido e procurava ir ao seu castel...
- Por quê?
- Sou o agrimensor que o senhor mandou vir da capital.
O conde põe em seu rosto uma triste figura e apeia do seu cavalo negro com manchas brancas e diz:
- Seja bem-vindo, seja bem-vindo! Eu o esperava ansioso. Tenho escutado que uma boa alimentação pode fazer milagres. Não é verdade?
- Ah... Creio que sim…
Os dois caminham lado a lado admirando a paisagem que se descobre a sua frente. Um riacho, goiabeiras, mangueiras, plantações.
- Então, sendo verdade quero que faça minha esposa ter um filho.
O viajante tropeça em uma pedra.
- O quê? Como?
- Já não sou mais um rapaz e minha esposa também não é mais uma jovenzinha. Então, quero que o senhor pesquise que plantas boas para a fecundidade são mais adequadas as minha terra. E farei com que todos os meus servos a cultivem.
Ele é doido. Eu sou agrimensor, não um biólogo. – Pensou; porém disse: Estou a sua disposição.
- Veja! O castelo.
Em um momento, ou dois, entram no salão principal e manda chamar a Condessa da Cruz Sangrenta de Jesus. Quando ela entra no salão o viajante vê uma flor, não uma mulher... Bonita e perfumada; de branco da cabeça aos pés. “É mariposa, a flor nacional de minha linda e amada Cuba. Terei que ser uma abelha!...”, pensa enquanto seu coração bate descompassado e o conde fala:
- Esposa minha. Este é o agrimensor que fará que tenhamos um filho.
- Estou à disposição do conde e farei a condessa ser mãe.
- E como assim fará? – A Condessa pergunta.
- Bem! Senhora Condessa...
- Pode me chamar, se assim meu marido permitir, de Elsa Mariposa. O nome que meus pais me deram.
- Bem, dona Elsa Mariposa, não é fácil. Mas uma vez engatilhado...
- Só poderei ser mãe apenas uma vez?
- Como eu dizia, é difícil, mas uma vez engatilhado os demais não tardarão.
O agrimensor pensou em cenoura, mandioca, quiabo e nabo para engravidá-la... Mas citou apenas os vegetais que realmente ajudam: arroz, milho, soja, feijão e aveia. A propriedade do conde é mais propícia para aveia, soja e feijão. E os aldeões foram encarregados de plantá-los. E o resto o Conde comprou.
Nos dejejuns, pão de milho. Nos almoços, arroz e feijão. E nos jantares, sopa de soja. E nada de doces porque açúcar dificulta a fecundação. Passados muitos meses a dieta não resultou em nada.
- Senhor Agrimensor! – Disse a Condessa sentada em um banco debaixo de uma goiabeira. – Não suporto mais as comidas e nenhuma me engravidou.
O agrimensor esfregou as mãos e disse sorrindo:
- Então, dona Elsa Mariposa, só existe uma possibilidade...
Tenho certeza que você, que está lendo o cronto, pensa que possibilidade é essa, não? Mas o que importa é que nove meses depois nasceu um lindo menininho parecido com uma bela abelha...


En español

Caminaba sin rumbo con el sol en mis espaldas y la sombra a mi frente. Espaciado, un pie u otro de guayaba en flor. Es interesante la flor de guayabera; blanca, sencilla, bella, fuerte y…
- ¿Qué haces en mis tierras si no lo conozco y no fuiste invitado?
- ¿Quién es?
- Soy el Conde de la Cruz Sangrienta de Jesús. El señor supremo…
“Creo que más parece Don Quijote” – Pensó, pero lo dice: Usted cayó a pelo. Estoy perdido e intentaba ir a su castill…
- ¿Por qué?
- Soy el agrimensor que usted mandó venir de la capital.
El conde pone en su rostro una triste figura y apea de su caballo negro con manchas blancas y lo dice:
- ¡Sea bienvenido, sea bienvenido! Lo aguardaba ansioso. He escuchado que una buena alimentación puede hacer milagros. ¿No es verdad?
- Ah… Pienso que sí…
Los dos caminan codo a codo admirando el paisaje que se descubre a su frente. Tecas, caobas, plantaciones alrededor arrodeando las orillas de un bracito de uno de los setenta y uno afluentes del Toa.
- Entonces, siendo verdad quiero que haga mi esposa tener un hijo.
El viajante tropieza con una piedra.
- ¡Qué! ¿Cómo?
- Ya no soy un muchacho y me esposa también no es más una jovencita. Y aquí no hay atutía. Entonces, quiero que usted investigue que plantas buenas para la fecundidad son más adecuadas a mis tierras. Y haré todos mis siervos la cultivaren.
Es un loco. Y soy agrimensor, no un biólogo. – Pensó; pero lo dice: Estoy a su disposición.
- ¡Mire! El castillo.
Pasado un rato, o dos, adentran al salón principal y manda llamar la Condesa de la Cruz Sangrienta de Jesús. Cuándo ella adentra al salón el viajante ve una flor, no una mujer… Guapa y olorosa; de blanco de la cabeza a los pies. “Es mariposa, la flor nacional de Cuba, nuestro lindo y amado país. ¡Tendré que ser una abeja!...”, piensa mientras su corazón late descompasado y el conde habla:
- Esposa mía. Este es el agrimensor que hará que tengamos un hijo.
- Estoy a disposición del Conde y haré que la condensa sea madre.
- ¿Cómo lo hará? – Pregunta la condesa.
- ¡Bien! Señora Condesa…
- Puede me llamar, si así mi esposo permitir, de Elsa Mariposa. El nombre que mis padres me regalaron.
- Bien, dueña Elsa Mariposa, no es fácil. Pero una vez engatillado…
- ¿Sólo podré ser madre una vez?
- Como decía, es difícil, pero una vez engatillado los demás no tardarán.
El agrimensor pensó en zanahoria, yuca, nabo y calabacín para embarazarla… Pero habló los vegetales que realmente ayudan: arroz, maíz, soya, frijol y avena. La propiedad del Conde es más propicia para avena, soya y frijol. Y los aldeanos fueron encargados de plantarlos. Y el resto el Conde mandó comprar.
En los desayunos, pan de maíz. En los almuerzos, arroz y frijol. Y en las cenas, sopa de soya. Y nada de dulces porque azúcar estorba la fecundación. Pasados muchos meses nada resultó de la dieta.
- ¡Señor Agrimensor! – Habló la Condesa sentada bajo una caoba. – No suporto más las comidas y nada me embarazó.
 El agrimensor refregó las manos y con una sonrisa dice:
- Entonces, dueña Elsa Mariposa, solamente hay una posibilidad…
Tengo certeza que usted, que está leyendo el croento, piensa que posibilidad es esa, ¿no? Sin embargo, lo importante es que nueve meses después nació un lindo niñito semejante a una bella abeja…


Ofereço aos aniversariantes
Warlisson Rodrigues, Joana Sangi, Roselene P. Andrade, Conrado Carvalho, Leila Cunha, Lucimar Inácia, Ricardo Viotti, William Salgado e Luiz F. Badaró.

Recomendo a leitura de Festa, de Bispo Filho em

Potira itapitanga são duas palavras que vem do tupi e significam “flor” e “pedra vermelha” (rubi). É meu desejo que cada leitor encontre em meus textos flores e pedras preciosas.

Escrito originariamente en español en la mañana de 24 febrero de 2015. Trabajado en las dos lenguas entre los días 11 de agosto y 19 de octubre de 2015.

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

A CAVEIRA

LA CALAVERA


Potira itapitanga.
Viva Nossa Senhora Aparecida!
Viva América, apesar de invadida...


Em português

Algo uma caveira branca procura na noite escura. Onde está a lua que não me alumbra?
Uma casa!
A caveira está com fome e em uma casa deve ter moradores... Ela quer comida...
Gira a maçaneta, a porta se abre e ela entra. Com seus olhos que não existem observa ao redor e ninguém.
- Onde estão os moradores? Tenho fooooome!
Atravessa a sala. Seu pé direito martela o piso. Tic. O pé esquerdo também. Tic. Tic, tic, tic...
Da sala vai à sala de jantar.
Ninguém!
Da sala de jantar vai à cozinha. Então sorri muito mais ainda. Finalmente. Comida! Devagar pegou a faca em cima da mesa. Percorreu ameaçadora com a faca na mão ossuda e... Rarrarrá! Ela gargalha. ... E passa manteiga no pão.


En español

Algo una calavera blanca procura en una noche oscura. ¿Dónde está la luna que no me alumbra?
¡Una casa!
La calavera estay con hambre y en una casa hay que tener vivientes… Ella quiere comida…
Gira el pomo, la puerta se abre y ella se adentra. Con sus ojos que no existen mira alrededor y nadie.
- ¿Dónde están los habitantes? ¡Tengo haaambre!
Cruza la sala. Su pié derecho martilla el piso. Tic. El izquierdo también. Tic. Tic, tic, tic…
Cruza la sala y se va al comedor.
¡Nadie!
Del comedor se va a la cocina. Entonces sonríe más largo aún. Finalmente. ¡Comida! Tomó despaciosa el cuchillo arriba de la mesa. Recorrió amenazadora con el cuchillo en la mano huesuda y… ¡Jajajá! Ella carcajea. … Y extiende la mantequilla en el pan.


Ofrezco como regalo de cumpleaños a mis queridos
Ricardo A.W. Leite, Victor H.L. Macedo, Fernanda Peron, Dely T. Damaceno, Karla Suelen, Carmem L. Assis, Leticia Pereira, Rosemary Gomes, Shirley Maclane, Edmar Pereira, Eduarda Canbambo, Gely Fantini, Marcos Pinto, Giovânia Torres, Cida D. Maninha, Igino de Oliveira, Hércules Malta, Mary Cordeiro, Sheila Esteves, Flávia Frazão, Clara M. Viana e Yasmim Correa.

Revisión en español de Valdiene Gomes.

Potira itapitanga são duas palavras que vem do tupi e significam “flor” e “pedra vermelha” (rubi). É meu desejo que cada leitor encontre em meus textos flores e pedras preciosas.

Escrito originariamente en español y entre el día 03 de julio de 2014 y el día 12 de octubre de 2015.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

NOITE E LUA

Potira itapitanga.


I want to know is how is the case of Jesus.
The Father is God, but who did the Son was the Holy Spirit, but who created him was Joseph.

Oi, gente! Sou Benito e hoje é meu aniversário. Quero dizer, quando começamos nossa conversa era meu aniversário; mas vamos fazer de conta que ainda é, tá bom? Que bom que concordou. Então vamos lá, de novo. Oi, gente! Sou Benito e hoje é meu aniversário. Quem primeiro me cumprimentou e presenteou foi o Sol; ele me deu o dia mais quente do ano, porém iniciado e encerrado com fascinantes apresentações solo de sua estrelice... A Noite também me cumprimentou e, “tal qual a dona do bordel”, me ofereceu a Lua como amante. Caminhando com as duas e diante de minha luz, os postes se apagavam onde eu passava.
Mas no Tsuru... No restaurante japonês no Veneza I, aqui em Ipatinga, eu, Jeferson Adriano, Didi Peres, Carlos Glauss, Denise Maria e Vinicius Siman comemoramos meu aniversário. E conversamos.
Meu filho está de castigo. Não gosto, mas algumas vezes é preciso. Ele brigou com um coleguinha e o expulsou de casa. E isso não se faz. Mandei que não ligasse o computador de hoje até amanhã.
Repetir as mesmas besteira... Por que nos envolvemos sempre com gente ruim, iguais a outras pessoas de quem já gostamos? É preciso aprender com os erros, e não ficar errando e errando os mesmos desacertos. Eu preciso aprender. Necessito mesmo.
Quando se assume um compromisso é necessário honrá-lo; mesmo que algumas vezes a gente queira ficar em casa ou tenha vontade de fazer outra coisa. Principalmente quando o compromisso é com quem gostamos. E muitas são as vezes que sentimos valer a pena o encontro. Todavia, mudando de assunto, a diversidade é muito complexa para aceitar padrões de classificação e outras taxionomias. Mas a civilidade ainda deve sublimar ao instinto humano, mantendo-nos no controle de si. Caso contrário, como resposta a estímulos que desacordam situações onde o diálogo fora insuficiente para negociar, surge a guerra, o ódio, a ira e outros frutos e subprodutos do caos: a inimizade, a intolerância e o ressentimento.
Quero concluir a graduação que comecei, mas a universidade não ajuda. A solução foi entrar na justiça para que ela me reintegre. Pô, ela quem errou, não eu. E grana? Estou precisando um trabalho. Ainda bem que consigo algum com artesanato. E que interessante o garçom...
É absurdo encontrar bibliotecários que se dizem grandes leitores e pensadores, donos de grandes saberes; mas, na verdade, desprovidos de capacidade de reflexão e, pior, carregados de preconceitos. Preconceitos de todo tipo... Racial, sexual. E que ficam dizendo o que temos que ser, o que pensar, o que fazer.
A Lua sedutora sorri, mas eu...
- Uai! Que lágrima é essa, Benito? – Pergunta-me Vinicius.
- Sinto que algo horrível acontecerá em mais ou menos uma semana...
- Quê? – Fala Denise. – Nada de coisa triste agora.
- O quê, Benito? – Carlos indaga.
- Um hospital aos cuidados dos médicos sem fronteiras será atacado e...
- Que horror! – Didi interrompe. – Mas deixemos o futuro para o futuro.
- Pare o planeta que eu quero descer. – Alvino fala pela boca de Jeferson.
Eu quero é saber como fica o caso de Jesus. – Rubem se intromete no cronto. – O Pai é Deus, mas quem fez o Filho foi o Espírito Santo, todavia quem o criou foi José... Que família mais intradicional... Então...
Então retomo a palavra. Autor não tem que se intrometer no texto se fazendo personagem. Que coisa. Agora a fala voltará para as personagens.
Ric e Kel trabalham. O primeiro canta e toca seu violão com aquiescência da Noite e Kel prepara as refeições que comemos pensando em quem comer. O restaurante se esvazia e Ric sai com a Noite; vão para algum quarto passando antes por matos em uma moto. O chef se fica olhando a Lua que brilha diferente do fogão em que trabalha. E faz com ela o que faz na cozinha. Os sabores que sentem não é só na língua que desfrutam. Que sua imaginação lhe diga... Mas um não se embriaga impedindo-se de enlouquecer e, quiçá, crescer. Não é o músico nem o chef... É um sonho.


Ofereço aos aniversariantes
R. Janio W. Leite, Mayara F. Lima, Nei Gomes, Siloene de Oliveira, Erica Fernandes, Nilmar Lage, Keleston Abreu, Luciana Caldeira, Gustavo Espeschit, Yasmine Pimenta, Luciano G. Botelho, Ebes Faria e Anna L. Rodrigues.

Diquinha de português:
Quem ou que? – Quem disse isso foram eles. Eles disseram que não queriam ir. – Para nos referirmos às pessoas podemos usar tanto o pronome “quem” quanto o “que”. Porém:
Uso do Que
Quando utilizar “que”, o verbo deverá concordar com o antecedente deste pronome: Fui eu que disse – Foi ele que disse – Fomos nós que dissemos – Foram eles que disseram.
Uso do Quem
E quando utilizar “quem”, o verbo ficará, obrigatoriamente, na terceira pessoa do singular; pois “quem” é um pronome de terceira pessoa: Fui eu quem disse – Foi ela quem disse – Fomos nós quem disse – f) Foram eles quem disse.

Recomendo a leitura de “Vestido Branco”, de Bispo Filho; o poema sem título de Jackeline V. Valentim; respectivamente:

Escrito entre as últimas horas de 25 de setembro e as primeiras horas de 05 de outubro de 2015.