segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

MODIFICO-ME

ME CAMBIO


Potira itapitanga.

“No me preguntes quién soy, no me pidas que siga siendo el mismo”.
Foucalt, citado no filme estadunidense Strapped (Amarrado – 2010).


Em português

Domingo de pouco sol depois de uma semana chuvosa. O dia está bonito em Ipatinga, nem quente nem frio; agradável.
- Meu coração bate aborrecido...
- Por quê? Que te incomoda?
- Minha família. E eu mesmo. Sou uma pessoa entediada e...
- Não acredito. Você é agradável.
- Obrigado! Mas, verdade seja dita. – Ele para um instante e bebe um coquetel feito com goiaba que Marcelo vende em sua barraca no Feirarte. Sente o sabor e satisfeito bebe mais um pouco. – Verdade seja dita. Não sou alguém agradável. Não, é fato. É minha natureza. Sou o que sou...
- Se você diz...
- Digo! Não com alegria, claro, mas com sinceridade. Sou o que sou. Entretanto, espero poder mudar um pouco antes de morrer. Apesar de ainda ser o que sou.
- Você me falava que é uma pessoa enfadonha. Por quê?
- Já disse. Sou o que sou... Ouça o poema de Adélia Prado... “Um trem de ferro é uma coisa mecânica. / Mas atravessa a noite, a madrugada, o dia, / atravessou minha vida / virou só sentimento”¹.
- Que lindo! Adélia é uma brasileira maravilhosa. Eu gostaria de ser um poeta. Mas como você disse, sou o que sou... No entanto... Não me contou porque você não é agradável.
- Sou um sujeito chato e creio que todas as pessoas também são assim.
- Até eu?
- Sim! Perdão, mas sim. Ninguém merece viver...
- Você costuma ler Machado de Assis?
- Sim, ele me agrada bastante. Por quê?
- Ele acreditava que os homens são maus de corpo e alma.
- Penso como ele...
- Que triste isso...
- Eu sou eu...
- Sim... Verdade! Você me dá vontade de chorar.
- Não... Não quero isso.
- Eu sou eu e sou chorão...
- Rirri! Alejandro... Meu querido amigo e maravilhoso músico Alejandro Vera. Os artistas têm alma sensível...
- Você também é artista. E como já me disse, é um artesão e jardineiro das palavras.
- É bom ser artista? Vale a pena ser um artista? Não seria melhor ser pedra?
- Benito, você também lê Rubem, hem! Mas... ainda não disse porque você está aborrecido.
- Meu Deus! Falei sim. É minha alma. Eu sou o que sou. E penso... Não, eu sei! Todo mundo é igualmente chato. Eu gostaria de viver sozinho, sem minha família. Mas estou preso a ela.
- Você não gosta de sua família?
- Não é que não gosto... É que as pessoas são intranquilas.
- Conta para mim alguma coisa, alguma história que viveu para tentar entender-te.
- Não é a principal, mas te ajudará a compreender-me. Gente ruim soltou três gatinhos ainda lactentes. Por piedade os peguei. Minha tia saiu contando o fato para Deus e o povo... Até me telefonaram dizendo que deveria me livrar deles. Isso me irrita. Falar de mim sem falar comigo.
- Compreendo...
- Queria tirar minha vida...
- Por tão pouco?
- Isso é só um caso. Tem muito mais coisas. Por isso eu lamento não ser um covarde.
- Que bom que é corajoso. A vida é melhor com você que sem você.
- Que lindo!
- Os poetas são essenciais para nossa sobrevivência.
- Não os poetas. As artes, todas elas, é que são essenciais.
- É... Verdade!
O músico Adê Araújo começa a livrar de sua garganta borboletas e abelhas em uma “tarde que talvez fosse azul se não houvesse tantos desejos”².


En español

Domingo de poco sol después de una semana lluviosa. El día está bello en Montevideo, ni frio ni caloroso; agradable.
- Mi corazón late aburrido…
- ¿Por qué? ¿Qué te lastimas?
- Mi familia. Y yo mismo. Soy una persona aburrida y…
- No creo. Me encantas tú.
- ¡Gracias! Pero, verdad sea dicha. – Él para un rato, bebe un coqueteo que lleva guayaba y que Marcelo ha hecho en su quiosco en la Peatonal Sarandi en la altura de la linda Plaza Matriz, siente el sabor y satisfecho bebe más un poco. – Verdad sea dicha. No soy una persona agradable. No, es facto. Es mi naturaleza. Soy lo que soy…
- Si tú dices…
- ¡Digo! No con alegría, claro, pero con sinceridad. Soy lo que soy. Sin embargo, espero poder cambiar un poco antes de morir. Pero, todavía soy lo que soy.
- Me hablaba que eres una persona fastidiada. ¿Por qué?
- Yo lo dice. Soy lo que soy… Oiga el poema de la brasileña Adélia Prado… Intentaré traducir… “Un tren de ferrocarril es una cosa mecánica. / Pero cruza la noche, la madrugada, el día, / Cruzó mi vida, / Se cambió puro sentimiento”¹.
- ¡Qué lindo! Me encantaría ser un poeta. Pero, como tú dices, soy lo que soy… Sin embargo… No me habló porque tú no eres persona agradable.
- Soy una persona molesta y creo que todos también son así.
- ¿Hasta yo?
- ¡Sí! Perdóname, pero sí. Nadie vale vivir…
- ¿Lees el escritor brasileño Machado de Assis?
- ¡Sí, me encanta! ¿Por qué?
- Él creía que los hombres son malos de cuerpo y alma.
- Pienso hecho él…
- Que lástima…
- Yo soy yo…
- Si… ¡Verdad! Tú me donas voluntad de llorar.
- No… No quiero eso.
- Yo soy yo y soy llorón…
- ¡Jejé! Alejandro… Mi querido amigo y maravilloso músico Alejandro Vera. Los artistas llevan alma sensible…
- Tú también eres artista. Como dices, eres un artesano y jardinero de las palabras.
- ¿Vale ser artista? ¿No sería mejor ser piedra?
- Benito, ¡también lees Rubem, hen! Pero… Aún no dijiste porque eres pesado.
- ¡Dios mío! Dice sí. Es mi alma. Yo soy lo que soy. Y pienso… No, ¡lo sé! Todos son igualmente personas aburridas. Me gustaría vivir solo, sin mi familia. Mas estoy atascado a ella.
- ¿No te gusta tu familia?
- No es que no me gusta… Es que las personas son intranquilas.
- Cuéntame un relato, una historia que has vivido para buscar comprenderte.
- No es la principal, pero lo ayudará a comprenderme. Malas creaturas soltaron tres gatitos aún no destetados. Por piedad los cogí. Mi tía contó para Dios y el pueblo… el facto. Hasta me telefonearon diciendo que debería librar de ellos. Me enfada eso. Hablar de mí sin hablar conmigo.
- Comprendo…
- Quería sacar mi vida…
- ¿Por tan poco?
- Eso es solamente un caso. Tiene mucho más ocurrencias. Sin embargo, lastimo no ser un cobarde.
- Que bueno que eres corajoso. La vida es mejor con tú que sin tú.
- ¡Qué lindo!
- Los poetas son esenciales para nuestra sobrevivencia.
- No los poetas. Las artes, todas ellas, es que son esenciales.
- Sí… ¡Verdad!
El músico uruguayo Gustavo Anibal Nápoli Villalba, viviente en Brasil y de vacaciones en su país natal, empieza a librar de su oboe mariposas y abejas en una “tarde que tal vez fuese azul si no hubiera tantos deseos”².


Ofereço como presente de aniversário aos meus queridos
Andreza Costa, Fernando Pires, Chrystian Stocler, Andreia Bragança, Antonio Netto, Laio Moura (Thunder), Jhomar Sayo, Ivone Piló, Alexandre Farah, Edinaldo Felipe, Graça Costa, Bras Sarb, Lene Oliveira, Fabiano Pinho, Marcelio O. Sousa e Andriza G.S. Neto.
Também ofereço aos meus amados sobrinhos Thaís L. Macedo (Tatá Almeida) e Raul F.M. Leite.

Recomendo que se encante com os trabalhos de Rafael Cabral:

¹ Explicação de Poesia Sem Ninguém Pedir, de Adélia Prado.
² No original “A tarde talvez fosse azul, / não houvesse tantos desejos”. “La tarde tal vez fuese azul / si no hubiera tantos deseos”. Poema de Sete Faces, de Carlos Drummond de Andrade. Tradução para o espanhol de Manuel Graña Etcheverry. Companhia das Letras.

Informaciones extras:
Contribuición de Luís Gonzáles en la creación en español.

Escrito originariamente en español en el fin de la mañana de 31 de mayo de 2015. Y trabajado entre los días 02 de junio de 2015 y 25 de enero de 2016. Perdóname cualquier error de español.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

A ALTURA DOS SONHOS ou NA TERRA ABAIXO DOS SONHOS

LA ALTURA DE LOS SUEÑOS o EN LA TIERRA BAJO DE LOS SUEÑOS




Potira itapitanga.

When it reaches the top of Bodhi, the wishes are carried out. But the magic not happens in the upper part of the tree, but across the path of renewal mountain climb.

Quem puder e/ou quiser, leia ouvindo “Vincet”, de Don McLean:


Em português

Era uma vez uma borboleta que voava, voava. Um dia adoeceu, perdeu as asas e agora anda pela floresta se arrastando e pedindo ajuda a alguma varinha mágica que lhe dê asas novas e sadias. Tinha o sonho de voar novamente.
- Amiguinha, não chore; aprenda a viver sem elas. – Joaninha Val lhe aconselhou.
Oleta, assim se chamava a borboleta, e sua amiga Val estavam perto de um formigueiro em forma de castelo. Ao pé do mesmo, duas formigas discutiam. Mas isso é história para depois.
Oleta vivia a perguntar a todos os bichos que passam por ela se não conhecem alguma coisa que lhe possa dar asas novas. Até que, uma noite, deu a sorte de deparar-se com uma sábia coruja que procurava insetos no chão.
- Oi, dona coruja, que ótimo te encontrar! Eu sou Oleta. Posso te fazer uma pergunta?
- Oi! Eu me chamo Lechuza e sou uma coruja espanhola de férias no Brasil. Pergunte!
- Dona Lechuza, eu perdi minhas asas há pouco tempo e desde então procuro algo que me possa dar asas novas. A senhora conhece o que me possa ajudar? – Indagou a borboleta, entusiasmada.
- Mas é claro, minha linda borboleta! Ontem tive uma reunião com as corujas anciãs do Brasil e me contaram muitas histórias e lendas das Américas. Disseram que o topo daquela montanha – a coruja apontou para longe – há um frondoso Bodhi com poderes renovadores. Porém, para que seja abençoada pela magia, você precisará subir do caule à copa do Bodhi e ainda me disseram mais: “quando se alcança o topo do Bodhi, os desejos são realizados. Mas, ao contrário do que dizem os outros animais, não acreditamos que a magia aconteça na copa, mas em todo o trajeto renovador da subida da montanha”.
- Um bode? Desde quando bode tem copa?
- Não um bicho bode, minha filha, mas sim uma árvore bodhi; árvore sagrada onde Buda nasceu e dela as corujas trouxeram cinco mudinhas para a América do Sul: Brasil, Peru, Chile, Argentina e Uruguai.
De tão feliz por ter encontrado o que realizaria seu sonho, a borboleta saiu arrastando-se depressa, sem ao menos agradecer à coruja, mas essa, sem dúvida, compreendeu.
Enquanto esforçava-se para ser rápida, a borboleta encontrou seu amigo lagarto, que perguntou o motivo de tanta pressa. Ela explicou-lhe que tinha que chegar o mais rápido possível à montanha.
- Vamos, suba em minhas costas. Eu estou indo para o riacho, que fica no caminho da montanha. Eu te levo até lá. – Ofereceu o lagarto, e a borboleta escalou, com esforço, as costas do amigo.
Chegando ao riacho, a borboleta desceu do lagarto; desta vez, agradeceu. E sentiu uma leve coceira em seus pequenos ombros. Às margens do riachinho Oleta olhava a água e enquanto pensava em como atravessar o ribeirão, seu amigo, Toad, um belíssimo sapo da realeza britânica, se aproximou dela.
- Hello, little friend! How are you?
- Estou precisando de ajuda para alcançar o outro lado do ribeiro...
- Seus desejos são uma ordem. Suba em minhas costas e te carregarei até lá.
- Graças a Deus! Você é um gentlefrog...
Na outra margem Oleta agradeceu outra vez e sentiu novamente uma coceira, agora um pouco mais forte, em seus ombros.
No outro lado do riacho, pensou em como faria para chegar até os pés da montanha. Encontrou Topo, seu amigo toupeira, que a transportou com muita boa vontade, e a borboleta agradeceu. Mais uma vez a coceira no ombro, mais forte que das outras vezes.
“E para subir a montanha? Quem poderá me ajudar?” – pensou a borboleta. Olhou para um lado, para o outro, mas não viu ninguém. Então foi arrastando-se pelas pedras da montanha. Já era dia quando, exausta, alcançou a metade do trajeto e desmaiou. Passou todo o dia ali, jogada.
Já noite absoluta, a coruja voava triste admirando a paisagem destruída pelos homens. É possível que a floresta tenha se transformado em papel... Não sei se papel moeda ou papel higiênico. Todavia, sei que higiênico ou moeda, muitas vezes o papel faz a mesma coisa... E sempre menos que o papel de livro.
Enquanto voava, dona Lechuza visualizou a borboleta, suja, maltrapilha e desmaiada, mas algo chamava a atenção: muitas cores vivas a envolviam. A coruja foi até ela, pegou-a cuidadosamente pelo bico, levou-a ao topo da montanha e deitou-a debaixo da Bodhi.
Quando a borboleta acordou, olhou para cima e viu folhas, olhou para os lados e viu a imensidão azul escuro do firmamento noturno, olhou para frente e viu um lago. Sentiu sede. Quando chegou ao lago para saciar-se, à lua da lua viu-se refletida; e alada. De tão feliz que ficou, voou; de início muito sem jeito (até parecia uma barata voando), mas depois já habituada novamente à maravilha de ter asas. Viu que estava na montanha, mas não sabia como tinha chegado lá. Olhou para a árvore onde estivera deitada abaixo, viu a coruja, que sorria para ela em cima de um galho da árvore santa. Voou por entre as folhas até chegar à copa, postou-se sobre uma folha, ruflou as asas que Deus tinha lhe dado e voou tão alto, mas tão alto, que ultrapassou a altura de seus sonhos.
Enquanto isso, na terra abaixo dos sonhos, um formigueiro em forma de castelo e ao pé do mesmo, duas formigas – Doutora Marilene Monteiro Vieira e Nena de Castro – discutem:
- Somos castelãs; senhoras de Ipatinga. – Disse uma formiga empertigada, com brincos de rubis nas antenas, vestindo Daslu e com bolsa Louis Vuitton. – Somos as donas da Engeminas.
- Pois somos formigas operárias. – Respondeu uma formiga séria, com brincos de bijuteria, vestindo Daspu e com um celular na patinha. – Somos as construtoras da cidade.
- Vocês formam a plebe rude, isso sim. Não constroem a história porque não passam de formigas operá...
- Sim, somos sim! E temos orgulho disso. E,


En español

Era una vez una mariposa que volaba, volaba. Un día se enfermó, perdió las alas y ahora anda por la floresta arrastrándose y pidiendo ayuda a alguna varita mágica que le dé sanas y nuevas alas. Tenía el sueño de volar nuevamente.
- Amiguita, no llores; aprenda a vivir sin ellas. – Le aconsejó la mariquita Val.
Posita, así si llamaba la mariposita, y su amiga Val estaban cerca de un hormiguero semejante a un castillo. Al pie del mismo, dos hormigas discutían. Sin embargo, eso es historia para después.
Posita vivía a preguntar a todos los animales que pasaban cerca de ella si no conocían alguna cosa que pueda darle nuevas alas y nadie le contestaba afirmativamente. Sin embargo, un día la suerte le sonrió:
- ¡Hola, dueña Lechuza! Mi nombre es Posita. ¿Puedo hacerle una pregunta?
- ¡Hola! Mi nombre es Búho y soy una lechuza de España de vacaciones en Perú. ¡Pregunte!
- Perdí mis alas y estoy en búsqueda de alguna cosa que pueda dármelas otra vez. ¿Usted conoce lo que me pueda ayudar? – Así habló la mariposa entusiasmada.
- ¡Sí, claro! Ayer tuve una cita con las lechuzas ancianas de Perú y me contaron muchas historias y leyendas de las Américas. Mariposita, dijeron que el cumbre de aquella última montaña lleva un frondoso Bodhy con poderes renovadores. Pero, muchachita, para que seas bendita por la magia tendrás que subir de la raíz hasta la copa del Bodhy y aún me dijeron: “cuando alguien llega a la cumbre del Bodhy todos sus deseos y ganas se realizan. Pero, al contrario do que platican los animales, no creemos que la magia acontezca en la copa, pero sí en todo el trayecto renovador de sus esfuerzos”.
- ¿Qué es un bodhy?
- Es el árbol sagrado donde Buda nació y las lechuzas trajeron cinco muditas para Suramérica y la plantaron en Brasil, Perú, Chile, Argentina y Uruguay.
Posita estaba tan feliz por tener descubierto la solución de sus problemas que hasta se olvidó de agradecer a la lechuza. Sin embargo, dueña Búho no se lastimó y voló sonriendo. Mientras se esforzaba para ser rápida, la mariposa encontró su amigo lagarto que echaba gusarapos por la boca.
- Lizard, mi amigo, ¿qué te ha dejado tan molesto?
- Olvides, eso, Posita. Yo quiero quitar un nadie de mi cabeza… Y encontrarte puede ser la manera de conseguirlo. ¿Qué te pasas? Y la mariposita le explicó punto por punto sus ganas.
- Amiguita, suba en mis espaldas y la llevaré hasta al riachuelo que se queda al pie de la montaña.
- ¡Vale!
Y Posita escaló las espaldas de Lizard. Llegando al arroyo, la mariposa brincó hasta al suelo y de esa vez recordó de agradecer. Y sintió unas picaditas en sus pequeños umbros. En la orilla del arroyuelo Posita miraba el agua y mientras pensaba en como cruzar el regato, su amigo Toad, un sapo muy guapo y de la realeza británica, se acercó de ella.
- Hello, little friend! How are you?
- Necesito ayuda para alcanzar la otra orilla del arroyuelo…
- Tu deseo es una orden. Te arribes en mis espaldas y la cargaré hasta allá.
- ¡Ojalá! Tú eres un gentlefrog…
En la hierba, Posita le agradeció y sintió una picadita, ahora un poco más fuerte, en sus umbros. “¿Cómo llegaré al pie de la montaña? No obstante las ayudas de mis amigos todavía estoy agotada”. Mirando alrededor ella vio Mole, su amigo topo; él la trasportó feliz por ser útil y en la base de grande roca, el topo se fue sonriendo mientras ella agradecía. Otra vez más el umbro se quedó picando, ahora más fuerte.
Sin nadie cerca de si, Posita empezó a subir con sus propias fuerzas. El día se acercaba cuando nuestra heroína, exhausta, alcanzó mitad del trayecto y desmayó. El día llegó y se fue y ella allí, caída.
Ya noche plena, la lechuza volaba triste admirando el paisaje destruido por los hombres. Es posible que la floresta tenga se cambiado en papel… Papel moneda o papel higiénico, no lo sé. Sin embargo sé que higiénico o moneda, muchas veces el papel hace la misma cosa… Y siempre menos que el papel de libro.
En el suelo, sucia y con las antenas caídas en una piedrita, estaba nuestra mariposita. Pero, muchos colores vivos la envolvían. Dueña Búho bajó hasta ella, la asió cuidadosamente con el pico, la transportó a la cumbre de la montaña y la acostó bajo del Bodhy.
Al despertar, miró arriba y vio hojas, miró para todos los lados y vio la inmensidad azul oscuro del firmamento nocturno, miró su frente y vio un lago. Sintió sed. Caminó hasta el lago para saciarse y a la luz de la luna se vio reflejada… y alada. En aquél mismo rato voló. Rio de su manera borracha de volar (hasta parecía una cucaracha volando); pero, no tardó a empezar a volar bonito y sonriendo se elevó más alto sintiendo toda la alegría y toda maravilla de tener alas. Percibió que se quedaba en la montaña, mas hasta ver dueña Búho en el árbol santo, no sabía cómo había llegado allá. Las dos amigas cambiaron sonrisas y Posita voló entre las hojas hasta la copa, se acostó en una hoja, latió las alas que ganó de Dios y voló tan alto, pero tan alto, que ultrapasó la altura de sus sueños.
Mientras eso, en la tierra bajo de los sueños, un hormiguero semejante a un castillo. Al pie de él, dos hormigas – Doctora Marilene Monteiro Vieira y Nena de Castro – discuten:
- Somos castellanas; señoras del Perú. – Dije una hormiga soberbiosa, con pendientes de rubís en las antenas, vistiendo Daslu¹ y con bolso Louis Vuitton. – Somos las dueñas de Cusco.
- Pues somos hormigas operarias. – Contestó una hormiga seria, con pendientes de fantasía, vistiendo Daspu¹ y con un teléfono celular en la patita. – A gente es la constructora de la ciudad.
- Vosotras son la plebe ruda, eso sí. No construyeron la historia porque no pasan de hormigas opera…
- ¡Sí, somos sí! E tenemos orgullo de eso. Y,


Ofereço como presente de aniversário a
Daniele Roza, Douglas Brasil, Paola Kiro, Nanda Abrahão, Karine de Morais, Terezinha D. Byrro, Marrione Warley, Thays Júnia, Aline Alves, Diana Duarte, Dalgreis Lage, Thaís Cristina e Mariana C. Leite.

Recomendo a leitura de “Antiga Cantiga”, de Bispo Filho:

A ideia original veio de quatro ou cinco frases em português de Maria do Carmo Pereira Coelho. É uma criação coletiva de Rubem Leite e Vinícius Siman. E a recriação em espanhol é de Rubem Leite.

¹ Daslu y Daspu son dos tiendas famosas en Brasil. La primera solamente vende ropas y accesorios carísimos para mujeres de la alta sociedad. Ya Daspu es una sigla que puede ser traducida por “De las putas” y vende ropas hechas por las profesionales del sexo para todas las personas que tienen poca plata.

Imagem “Noite Estrelada”, de Vincent Van Gogh:

Escrito entre 13 de junho de 2015 e 18 de janeiro de 2016. Viva, Santo Antônio.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

TESOUROS

TESOROS


Ah, luna! Il suo incostanti.
Oggi qui, domani là,
Ieri piena, calante oggi
Diversa me fa sorridere.

Potira itapitanga.


Em português

Tem gente bonita por dentro
Parece que come flor
Tem seres tão bolorentos
Que fedem a couve-flor.

Copas de árvores
Copulam com o céu
Cantam limpos purificando
Cantos de meu belo ser

Ah, lua! Sua inconstante.
Hoje aqui, amanhã ali
Ontem cheia, hoje minguante
Diversa me faz sorri.

A lua solitária no céu
Invisível canto de pássaros
Nuvens escuras no escuro céu
Invisível ser alheio aos pássaros.

As nuvens no fim da madrugada
Colorem-se de negro e vermelho
Uma se assemelha a pai e filho
Trocando palavras aljofradas.

Sorriso da lua minguante
Corrida do rio barroso
Paira e atravessa Ipatinga
Pondo-a insinuante.

Lua sorriso branco
Nuvens cinzas, vermelhas, laranjas
Árvores e árvores verdes
Rio barroso marrom
Cantos pássaros
E eu solidão acompanhada.

Solidão
A inevitável solidão
Tão falada, tão...
A acompanhada solidão.

A distante montanha
Diante de mim
Por mais que eu adiante
Minha força não adianta
Se não leio.


En español

Hay gente tan guapa por dentro
Parece que come flor
Hay seres tan mohosos
Que huelan a coliflor.

Copas de árboles
Copulan con el cielo
Ringleros versos purificando
Rincones de mi bello ser.

¡Ah, luna! Su inconstante.
Hoy aquí, mañana allí
Ayer llena, hoy menguante
Diversa me hace sonreír.

La luna solitaria en cielo
Invisible canto de pájaros
Nubes oscuras en oscuro cielo
Invisible ser ajeno a los pájaros.

Las nubes en fin de madrugada
Se coloren de negro y rojo
Una se asemeja a padre e hijo
Cambiando palabras aljofaradas.

Sonrisa de luna menguante
Corrida del rio barroso
Paira y atraviesa Ipatinga
Poniendo-la insinuante.

Luna sonrisa blanca
Nubes gris, rojas, naranjas
Árboles y árboles verdes
Rio barroso marrón
Cantos pájaros
Y yo soledad acompañada.

Soledad
La inevitable soledad
En gente de cualquier edad
La acompañada soledad.

La distante montaña
Delante mí            
Por más que me adelante
Mi fuerza no adicionármela
Se no leo.
                                    

Ofereço como presente de aniversário
Kethellyn Andrade, Elizabeth M.L. Mendes, Pedro Apk, Wally Smith, Elis Nunes, Rair Anício, Sandra L. Oliveira, Graça Lopes, Matheus Brito, Valéria Lourenço, Christiano Santos, Ike Ribeiro, Osvaldo Mayevicz, Vanessa Lessa, Dulce Pereira, Fernando Vale, Felipe Wallace, Luciana Hermógenes e Patrícia Nunes.

Recomendo a leitura de A Configuração do Acaso, de Pedro Du Bois: http://pedrodubois.blogspot.com.br/2016/01/a-configuracao-do-acaso.html

Potira itapitanga são duas palavras que vem do tupi e significam “flor” e “pedra vermelha” (rubi). É meu desejo que cada leitor encontre em meus textos flores e pedras preciosas.


Escrito entre 28 de maio de 2015 e 11 de janeiro de 2016.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

O PRESENTE

Potira itapitanga.
2016, seja bem-vindo!

Si la humanidad surgió en África,
poiesis (poesía) ha nacido donde hoy es Suramérica.
If humanity arose where Africa is now,

poiesis (poetry) arose where Brazil is now.

Para escritores, o texto busca enaltecer e embelezar, e todo escritor ou escritora brinca com o corpo da mãe (língua materna) para o glorificar, ou para despedaçá-lo – no limite daquilo que do corpo pode ser reconhecido linguisticamente. É permitida (ou não) a constatação ou desfiguração da Língua (Corpo) de que se frui e se desfruta em total passagem ao crédito do prazer.
SANTIAGO, 2015.


O Sertão... Ah! O Sertão. Como pode ser tão grande o Sertão? E quase sempre ser tão sozinho. Ser tão solitário... Ser tão grande, vazio, nu! Hoje é outra história, mas em seu princípio ele desejava, ansiava e se desesperava por alguém ou pelo menos algo. Mas ninguém nem nada queriam morar ali, viver com ele. E o Sertão chorou. Chorou em seco e com lágrimas de areia que jorravam como ampulheta. E sua angústia durou tanto tempo que se perdeu a conta.
Uma manhã um homem se perdeu ali. Ouviu o choro, mas morreu sem se importar com o Sertão. Outros homens e algumas mulheres também se perderam e morreram desinteressados. O mesmo se pode dizer dos animais.
Uma noite, porém, um homem se encontrou no Sertão.
Em busca de uma vida melhor Benito viajou pelo mundo até cair no Sertão. Esmorecido pelo calor, fome, sede e esgotamento caiu por terra. Com o rosto no chão escutou um barulho. Era o som da tristeza; tristeza do Sertão.
- “Estou só. Quero alguém comigo”. E outras coisas mais falou, como se cantasse em lágrimas. Sempre tão carregado de melodiosa tristeza que comoveu o moribundo.
- “Aceito lhe fazer companhia” – Com o resto de suas forças sussurrou e se aconchegou para morrer em paz; morar no Sertão a sua derradeira morada.
Contudo a alegria do Sertão foi tanta e tão tocante que sob os auspícios dos deuses presenteou o viajante com coragem maior que seus medos, resistência maior que suas forças, com imaginação maior que suas certezas e com palavras tão belas quanto suas histórias.
E foi assim que os contadores de histórias, poetas, músicos e demais artistas surgiram no mundo. Se a humanidade surgiu onde hoje é a África, poiesis surgiu onde hoje é o Brasil. E todos os agentes culturais são possuidores do Sertão interior e descendentes do Benito.


Ofereço como presente aos aniversariantes
Mirian F. Oliveira, Vilma Escarlate, Homero Dias, Gustavo Soares, Samanta Bela, Sarah Helena, Graça Maria, Marilélia R. Ezequiel, William Junior, Elton L. Macedo e Elizabeth, Josué S. Brito, Vitória Amaral, Elizete Losignore, Edson Nascimento, Claudio Oliveira e Edi Fonseca.

Recomendo a leitura de “Das Enchentes de Cloenes”, de Vinícius Siman: http://siman.blogs.sapo.pt/das-enchentes-de-cloenes-35583

Um pouquinho de aula de português:
Concordância Nominal: A concordância nominal é o relacionamento entre substantivo (algumas vezes pode ser pronome ou um numeral substantivo) e as palavras que o caracterizam (artigo, adjetivo, particípios e outros).
Concordância Verbal – Sujeitos ligados por:
“Com” tendo sentido de “e” o verbo vai para o plural se todos os elementos por ele ligados forem os agentes (O presidente com os secretários elaboram a reunião); “com” tendo sentido de “em companhia de”, mas o verbo realçando a ação do antecedente, o verbo concordará com o antecedente (O presidente, com todos os secretários, resolveu elaborar a reunião). “Nem” geralmente o verbo fica no plural (Mas ninguém nem nada queriam morar ali). “Ou” o verbo fica no plural se a ação se referir a todos os elementos do sujeito (Laranja ou banana são gostosos); se indicar retificação o verbo concorda com o último elemento (Os ladrões ou o ladrão não deixou vestígio); o verbo fica no singular se a ação se aplicar a um dos elementos e excluindo os demais (Vinícius ou Siman chegará em primeiro lugar); verbo no singular se os elementos forem sinônimos (A Linguística ou a Glotologia é uma ciência recente). “Não só... mas também”. “tanto... quanto” ou “não só... como” o verbo fica no plural ou concorda com o mais próximo (Tanto Siman como Vinícius participaram/participou do evento). “Como”, “assim como”, “bem como” em geral aparecem entre vírgulas e o verbo fica no plural (A persistência, assim como a coragem, forjam o escritor).

Texto inspirado e adaptado, mas não traduzido, de trecho do capítulo I do livro em espanhol Narradores de La Noche, de Rafik Schami, editora Siruela, Espanha.

SANTIGO, Rogério Zola. O Amor no Terceiro Milênio. Wilmar Silva de Andrade (org.). Belo Horizonte: Anone Livros, 2015.

Potira itapitanga são duas palavras que vem do tupi e significam “flor” e “pedra vermelha” (rubi). É meu desejo que cada leitor encontre em meus textos flores e pedras preciosas.


Escrito entre o início da tarde de 13 de junho de 2015 e 04 de janeiro de 2015. E viva Santo Antônio. Viva!